quinta-feira, 9 de setembro de 2010

O CAMPANÁRIO - A saga 4

Ele vinha em seu cavalo...
A cabeça envolta em pensamentos,
A última batalha tinha sido cruel,
Ele e sua sua companheira, a velha armadura negra.



Pensava em como era cansativo lutar estas batalhas,
Mas logo se recuperou:
Era um cavaleiro, um guerreiro,
Nasceu para aquilo
Lutar
E hoje, não por si só, mas por todos os seus
Que ele sempre lembrava com carinho e amor.

Só de pensar nos seus,
Sua face se iluminava
Sempre pensava que desde que lhe traíram
E lhe tiraram tudo,
Ele não ficava tão ansioso em voltar para casa.
Voltar para os seus.
Já foi sozinho.
Hoje não precisava mais ser.

Neste momento passa por um velho campanário.
Pensou em quantos casamentos
Aquele velho templo já havia assistido.
Quantas uniões de amor eterno,
Aquela velha igreja já havia abençoado.
Logo enrubesceu:
Quando seria a vez do dele e de sua amada?



Neste momento
Uma lágrima correu no seu rosto
Cansado e com a barba por fazer...
Pois em sua cabeça vieram as lembranças da primeira vez que a viu.
Sua dama, seu amor.

Estava encolhida em um canto,
Pele branca como a neve
E cabelos negros como a cor de sua armadura.
Ao vê-la, seu olhar falou por si.
Ela lhe agradeceu por ele estar ali
Seu olhar agradeceu por ele estar ali...
Ele acabara com seus algozes.

Aquele olhar nunca sairá da cabeça dele,
Por muitas e muitas vidas
Aquele olhar nunca será borrado de seus pensamentos.
Aquele olhar fora fulminante
Até aquele olhar, nenhuma arma do mundo,
Nenhuma arma assassina
Atravessou sua armadura.
Sua velha companheira negra...
Apenas aquele belo e sincero olhar.

Neste momento, a lágrima perdida
Encontrou muitas companheiras.

Naquele momento ele lembrou que,
Na verdade, ele nunca havia salvado a dama.
A verdadeira história:
Naquele momento, naquela troca de olhares
Ela é que estava salvando a alma atormentada do guerreiro
Aquele olhar havia reaquecido seu velho coração frio.
Iceberg.
Aquela dama, a amada,
Na verdade salvou o guerreiro.
Como no conto, a Bela, salvou a Fera.



Demorou a entender
Como aquele ser tão frágil e pequeno
Tinha o poder de fazer o guerreiro
Se sentir protegido e salvo.
Protegido e salvo como
Um ser frágil e pequeno.
A armadura pra este ser frágil, aquela mulher alva,
Virou papel.
Amor. Confiança. Respeito. Eternidade.

Sequei as lágrimas, respirei fundo e segui...
Meu pensamento só me trazia uma coisa.
É bem bom estar chegando em casa.
É bem bom ter minhas magrelas, amadas por completo,
A minha volta.
Agradeci ao Sr. Tempo e ao Sr. Destino:
Obrigado por me darem a chance de rever aquele olhar.
Obrigado por recolocar meu amor de volta a minha
Vida.

7 comentários:

  1. E não existe nada capaz de separar o encontro desses olhares...
    Tive medo de encontrar o vazio, me perdi dentro de mim mesma, até que enfim, apareceste na minha vida, e teu olhar, que nunca vou esquecer, só me disse uma palvra: "Voltei"!!!
    Amor, estamos passando por momentos de tensão e de prova, não do nosso amor, que sirva apenas para nos fortalecer!
    Te amo!!!

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  2. De fato a mulher tem o poder de reerguer um homem das cinzas e também de o aniquila-lo pra o sempre!
    Ótimo texto! Bem criado!
    Bjs Bela e Fera! *--*

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  3. Que lindooooooooooo!!!
    Lindo como o amor de vcs!!!
    lindo como vcs se amam...
    Torço demais por vcs dois...
    Eu sabia que tu ia amar Lala...
    Adoro vcs demais...
    beijoooooo

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  4. O Gledson anda mesmo levando a sério essa coisa de poesia neh? Vai virar poeta :D

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  5. Amor. Confiança. Respeito. Eternidade.
    Esse é fórmula da verdadeira eternidade; acrescente a força da mulher amada, incomparável com a força do cavaleiro e encontramos a felicidade.
    Sim, assim foi, assim é, assim será.
    Infelizes aqueles que não se apóiam nessa força, que não criam laços, família; se condenam à solidão e não sabem onde encontrar a paz, luz e felicidade.
    Bela saga, a saga de todos nós, os frutos de nossas escolhas. Erros, arrependimentos e acertos.
    Obrigado por me fazer sentir mais feliz.
    Parabéns e um grande abraço!

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  6. Eis o momento para o guerreiro trocar a armadura tão pesada e combalida por algo mais leve e tranquilo de se trajar!
    Sem armadura não viveremos, mas não pode-se carregar tanto tempo armaduras e máscaras que pesam nossos ombros, caso contrário não nos deixamos ser salvos ...
    Belo texto ...
    Abraços.

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  7. me lembrou Alváres de Azevedo quando "vê" a musa de pele pálida...

    belo testo,

    parabéns

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